Lâmpadas LED e as interferências no rádio
Acostumados desde longa data a escutar nosso rádio com pouca ou nenhuma interferência elétrica, visto que os modelos tecnológicos eram outros, repentinamente, passamos a sentir nossas bandas de radiodifusão ser lentamente invadidas por interferências cada vez maiores em intensidade e de diferentes tipos.
As famigeradas interferências no rádio
As interferências vieram chegando bem devagar invadindo parte do espectro. Com o passar dos tempos tomaram conta do dial. De inicio surgiram através das lâmpadas fluorescentes tubulares, como usavam reatores construídos com transformadores blindados, as interferências eram até suportáveis e só aumentavam quando a lâmpada apresentava com o tempo, um círculo preto nas laterais, bastando apenas sua substituição para minimizar o problema.
Com chegada dos telefones celulares as interferências ficaram muito maiores, pois eles usam fonte chaveada sem nenhum sistema de blindagem contra a famigerada interferência eletromagnética. Elas infestaram de tal maneira as residências, tendo muitas das vezes quatro ou mais carregadores ligados ao mesmo tempo, somando os ruídos gerados no ambiente residencial e se espalhando nas residências vizinhas.
Outras formas de interferências foram se somando a essas, através de cabos dos mais diversos tipos de sinais, roteadores, chuveiros com controladores que geram muitos ruídos, TVs de Plasma, de LCD, de LED, basta você dar uma olhada nos postes ao longo das ruas para ver a parafernália de cabos entrelaçados.
O modelo de uso do rádio também se modificou nos últimos anos, a população passou a usar cada vez mais a banda de FM, pois ela atendia, quanto à qualidade do sinal isento de ruídos e por ter em sua maioria estações locais ou regionais que enfocam a região do morador sedento de informação e interatividade.
Usando pouco o faixa de HF, notadamente a banda de ondas médias, a população não percebeu o avanço das interferências no rádio AM, só agora vem percebendo através do uso de lâmpadas que provocam ruídos em seus aparelhos de TV e rádios FM.
A explosão da tecnologia não levou em conta alguns fatores que deveriam ser observados em muitos modelos de lâmpadas tais como: irradiação de qualquer tipo nociva à saúde humana e animal, irradiação de interferência em outros equipamentos, como rádios, TV, equipamentos de auxílio à navegação, de uso hospitalar dentre muitos outros.
Testando lâmpadas LED
Por experiência, considero que a única lâmpada que não provoca interferências possíveis de serem detectadas pelo ouvido humano são as incandescentes, cuja produção e comercialização foram recentemente encerradas no Brasil.
Na prática, avaliei como lâmpadas emissoras de ruídos zero, aquelas testadas em ambiente rural sem as famigeradas interferências, e com o uso de um rádio SDR, para conseguirmos perceber algumas interferências não observadas na cidade onde há uma quantidade expressiva de ruídos de todas as magnitudes. O que ocorre na minha modesta avaliação é que sendo muito pequena a interferência de uma dada lâmpada, ela não seria percebida num ambiente com interferências muito maiores que aquela que ela gera, seus ruídos seriam abafados pelos ruídos maiores já presentes no local. Estou ainda engatinhando no uso do SDR como uma máquina de pesquisa, principalmente, de toda a dinâmica que envolve o uso bem técnico deste equipamento na análise dos ruídos, e outras manifestações que ocorrem na faixa abrangida por ele.
As lâmpadas de LED, são de baixíssimo consumo quando comparada às incandescentes, possuem fator de iluminação muito bom, com uma luz clara, cristalina, e foram se tornando uma opção interessante, embora que ainda com preços salgados.
Lâmpadas Taschibra LED
Uma marca muito citada por interferir em equipamentos de TV doméstica é a Taschibra; a empresa conseguiu fabricar uma lâmpada que é um verdadeiro Jamming, interferindo desde 100 kHz na banda de ondas longas até nas freqüências VHF fazendo uma varredura nas bandas de comunicação. Se questionar o fabricante, ele dirá que está fazendo estudos para resolver essa situação. Situação essa que deveria ter sido observada antes de colocar o equipamento no mercado. Qual o controle de qualidade desta marca? E de outras poluidoras do espectro radioelétrico.
Lâmpadas Golden LED
Aqui na cidade de Itaúna (MG), um amigo radioamador vivendo numa rua muito cheia de ruídos elétricos testou o modelo – Ultra Led A60 da Golden, de várias potencias. Nos testes aqui na cidade ela se comportou como uma lâmpada sem geração de ruídos, já no QTH rural ao ligar, percebi de ouvido uma leve interferência e também na tela do SDR na forma de cascata, mas nada que possa me incomodar.
Lâmpadas Philips LED – as melhores
Nosso amigo Pedro Machado, da cidade de Lorena (SP), também preocupado com as interferências em seu shack, testou e continua testando vários modelos de lâmpadas que possam lhe dar uma boa recepção em seus inúmeros rádios. Ele enviou-me uma Philips de 9 watts, com brilho equivalente ao de uma de 60 watts incandescente, que não gerou mais ruídos além dos que eu já tenho em meu QTH aqui na cidade. Foi percebida uma sutil interferência no meu QTH rural com o uso do analisador de espectro do SDR, e de ouvido, só chegando o rádio próximo quase encostando. O modelo da Philips que testamos é 9 w (60 w) 8061 fator de potência sugerido 0,9 (quanto maior o FP – Fator de potência menos ruídos provocam).
Numa andança na Rua Santa Ifigênia em São Paulo, encontrei uma lâmpada Philips de 40 Watts tubular que apresentava um ruído baixíssimo só percebido chegando nosso receptor ligado na banda de ondas médias encostado na lâmpada, situação que ninguém usa, portando poderá ser considerada uma lâmpada com ruído zero em ambiente urbano.
Sobre testes
Sempre fui a favor que os testes de receptores de rádio, lâmpadas e outros equipamentos, sempre que possível, sejam feitos em ambientes despoluídos de interferências. Preferencialmente em regiões da zona rural já pesquisada e avaliada com antecedência, pois, há muitas fazendas, sítios e chácaras com fortes ruídos de redes de alta tensão, maquinaria agrícola, motores de picadeiras, refrigeradores de leite, e outros geradores de fortes interferências.
O amigo Sérgio Partamian, por sua vez, observa que para testes de filtros por indutores e capacitores, eficiência de sistemas de aterramento e baluns que visem diminuir as famigeradas interferências elétricas, muitas vezes são necessárias a presença das fontes interferentes para “calibrar” tais filtros e/ou comprovar sua eficiência.
Compartilhe suas experiências, nas redes sociais e no site do DXCB para que outras pessoas possam ficar cientes delas.
EXCELENTE ARTIGO! Que surjam aproveitamentos mais nobres para as diferentes faixas no espectro eletromagnético.
Fora os “banhos” de radiofrequência e micro-ondas, que sem percebermos, estamos diariamente tomando…
Boa noite amigo????
trabalho numa estação de radia amador ps2t em Araraquara……. vc teria algum modelo de refletor de led que causaria menos ruido, nossos vizinho descobriram que refletor de led esta barato e gasta muito pouca energia…… esta um calvario para nos aqui…..obrigado se puder responder.
wanderlei precoma.
Olá Wanderlei,
Na verdade a melhor forma de verificar se um dado equipamento gera interferências em nossos receptores de rádio, é realmente chegando o rádio perto ou nas proximidades deste, o que nem sempre é possível. os refletores, calhas com conjunto de lâmpadas ou
outros apetrechos só um teste preliminar com um rádio perto e ligado na mesma rede de energia, poderá nos mostrar se gera interferências. Já comprei lumlinárias indicadas por amigos rradioescutas e radioamadores que eram pra mim geradoras de enormes interferências, talvez até por controle de qualidade ruim da fábrica, alguns são bons outros tantos não.Andando de carro na cidade vejo que em algumas ruas não se consegue escuta em nenhuma faixa tal os ruídos de rede.Encontrar uma luminária, refletor, calha, ou lâmpada sem gerar ruídos, é uma atividade de muita busca, tal qual achar a caixa acústica ou alto falante que case bem com a saída do seu´rádio!. Você pode testar inúmeros alto falantes com a impedância de saída do seu rádio ( em geral 8 Ohm) e muitos alto falantes mesmo estando com a impedância correta, terão um som não agrádavel, agudo demais ou grave demais ou som baixo.
Eu usei muito o analisador de espéctro do meu SDR, para verificar o alcance das interferências e assim saber onde nas faixas, tenho mais interferências. Na verdade Wanderlei, eu não tenho uma solução pronta pra esses problemas, o certo é retirar, trocar a fonte interferente, mas como falar isso pro vizinho?
Um abraço desde Itaúna!
Wilson Rodrigues.. .
Excelente artigo, só fico na dúvida porque no meu caso tenho uma lâmpada Led na minha luminária, justamente em cima do rádio receptor (um Tecsun S2000), porém, apesar do ruído altíssimo em especial durante a noite, percebi que desligando a luminária, ou ventiladores, ar condicionados, tvs etc. o ruído simplesmente não some…!!!
Rodrigo, você tem toda razão, os avanços da ciência são sempre bem vindos desde que não afete as finanças de algum grupo, ou empresa! O lucro esta acima de tudo.Muitos empresários não imaginam, que se ele matar a população, vai vender seu produto pra quem?
Há muitos anos no inicio da criação do telefone celular,(a Revista Eletrônica Popular – edição Brasileira) publicou um artigo onde havia comentário na imprensa europeia que médicos perceberam que policiais na Inglaterra, apresentavam dificuldades em movimentar o lado esquerdo do rosto, com uma parcial paralisia como se tivessem algum problema na glândula parótida que é responsável pelo movimento e da expressão facial ( temos uma parótida em cada lado do rosto debaixo +- da orelha!) Esses policiais usavam um pequeno tranceptor na frequência que o pessoal usa nos celulares. Como os policiais sempre usavam o rádio com a mão esquerda, o lado mais afetado era o lado esquerdo! Em exames verificaram que esses policiais apresentavam opacidade no cristalino do olho lado esquerdo. Na época se levantou a suspeita da irradiação do tranceptor chamado HT. Enfim há uma pesquisa de longa data sobre os efeitos nocivos da RF no corpo humano!
Hoje já tem pesquisas comprovando que a forte iluminação de lâmpadas de todos os tipos, tem provocado problemas em que esta exposto a ela principalmente a noite! Um ótimo documentário sobre esse assunto com depoimentos médicos, você podem ver em: A Luz que vem do céu, ou a Luz que vem da escuridão!
Wilson Rodrigues.
Trabalho com saúde ocupacional e domiciliar, e assino em baixo as preocupações aqui levantadas. Para além dos constrangimentos gerados pela queda na qualidade da recepção de nós dxistas, é preciso aprofundar, e muito, a discussão sobre o aumento das interferências no meio ambiente, principalmente as produzidas pela indústria da telefonia. Esta indústria que fatura trilhões de dólares anuais com a expansão de suas redes, são os maiores responsáveis pelo maior problema de saúde pública mundial de nossos tempos… Basta reunir informações sobre os leilões das telecoms, a pressão para reduzir o espectro sobre as TVs, o incentivo à digitalização das FMs e à migração das AMs (muito aplaudido mas que merece uma reflexão mais isenta), para certificar que a indústria da telefonia e das tecnologias sem fio, estão quase monopolizando o espectro radioelétrico. Estão com 450Mhz, 700Mhz até 5.8 Ghz (wifi-max) e com a proximidade do 5G vais ser cada vez mais difícil conversar sobre os perigos dessas tecnologias (é muito sedução e encantamento a internet móvel não é mesmo?). Mas em todo mundo vimos primeiro as privatizações nos anos 90, que deram total liberdade para instalar e adotar a tecnologia que bem entenderem pelo mundo, sem que os Estados Nacionais interfiram. Pelo contrário, o dinheiro público será utilizado para facilitar o processo de ampliação dessas tecnologias. Além da pressão para garantir a maior fatia possível do espectro, ainda estão querendo ampliar a construção de ERBs que irão sempre contribuir para piorar as interferências de radio e os problemas de saúde, que vêm crescendo assustadoramente com o nome de “doenças da modernidade”..: Crianças com doenças de velhos, com problemas de memória, concentração e hiperatividade, fibromialgia, cânceres pela vizinhança e perto de nós crescentes pelo mundo, etc. Não faltam comprovações científicas. Mas à exemplo do cigarro, que passou 70 anos com pesquisas comprovando sua nocividade, mas que apenas após muitas mortes e constatações conseguiu furar o bloqueio do lobby das indústrias, estamos passando por um problema muito mais grave que o cigarro. Afinal não vai dar pra “apagar” a antena que está na torre em frente sua casa, pois está, como todas as outras, 24h por dia à disposição dos milhares de celulares pela cidade. Basta ler a NR-15 pra ver que essas radiações não ionizantes causam sim muitos problemas, mas na época esses riscos eram considerados ocupacionais… Nos últimos 15 anos, o tempo de nossa exposição é muito maior do que o cara que eventualmente ia instalar uma antena! E vai aumentar, muito! Daqui a pouco o espectro só estará disponível para uso militar (SW poderão sofrer com isso) e tecnologias sem fio, com uma ínfima fatia para a TV e o Rádio. Felizmente estamos na era da informação, o que pode fazer com que o exemplo da indústria dos cigarros, que durou 70 anos para ser levada à sério, seja menor com relação as radiações não-ionizantes. O assunto é muito mais denso do que parece. Se cuidem!