Propagação das Ondas de Rádio
Algumas pessoas praticam o dexismo sem ter a menor idéia das limitações que a natureza impõe à propagação das ondas de rádio. Como conseqüência, perdem o seu tempo tentando escutar emissoras em faixas e horários errados. Se aborrecem com a antena, com o receptor ou, até mesmo, com as emissoras de rádio.
Tudo isto poderia ser evitado com um pouco de conhecimento sobre o comportamento das ondas de rádio de alta freqüência na sua viagem entre o transmissor e o receptor.
Muitos dexistas sabem que a propagação em onda curta é ionosférica, quer dizer que, a energia de alta freqüência irradiada pela antena transmissora é refletida pelas camadas mais altas da atmosfera, sendo que a mais importante de todas é a camada F2, a qual está situada a 250 km de altura.
Tente imaginar um túnel onde você atira uma bola na sua entrada e a mesma vai quicando túnel adentro. As ondas se propagam assim tendo como o teto do túnel a camada F2 e como o solo do túnel a terra.
Posto que a camada F2 serve para refletir os sinais de volta para a terra, suas características e efeitos sobre as ondas de rádio de alta freqüência devem ser analisados com mais atenção. As propriedades refletoras desta camada se devem a ionização. A densidade do ar nesta altura é tão pequena que a radiação solar e, especialmente, os raios ultravioletas do sol, são capazes de ionizar o ar desprendendo íons e elétrons livres. A concentração de elétrons e o gradiente de ionização determina a propriedade refletora da camada. Quando a ionização é grande a camada poderá refletir altas freqüências, (ondas curtas), para a terra. Quando a ionização é baixa, suas características de reflexão se limitam às faixas de baixa freqüência, somente.
Quais são então os fatores que tendem a aumentar o grau de ionização das camadas de reflexão? Evidentemente que tudo tem a ver com a posição do Sol e com a quantidade de radiação ultravioleta emitida por ele. A posição do Sol sobre um ponto em que tem lugar a reflexão dos raios incidentes, depende de radiação ultravioleta solar varia em ciclos de 11 anos, é o chamado “Ciclo de Manchas Solares.
Por: Rudolf Walter Grimm
Artigo publicado no boletim “Atividade DX” nº 108 (julho de 1993).
PROJETO MEMÓRIA DO DXCB
Colaboradores:
- Antonio Geraldo Paim da Silva
- Carlos Felipe da Silva
- Dante Vanderlei Efrom
- Itamar Nunes de Assis
- Ivan Dias
- José Carlos Cruz
- Luciana Miura Sugawara Berka
- Márcio Roberto Bertoldi
- Mário Cesar Pinto Brignol
- Samuel Cássio Martins
- Valter Aguiar