Usando o Código SINFO
Todos conhecemos o código SINPO (ou SINFO) e o significado de suas notas de 1 a 5. No entanto, é na sua utilização, quando às vezes parecemos esquecer a teoria, que atuamos sem um sentido lógico.
As variáveis centrais I, N e P (ou F) assinalam distintos graus de deteriorização ou moléstia de um sinal recebido. Por isso, temos que estar muito conscientes quando efetuamos uma avaliação. Por meio delas, devemos informar o grau de destruição que sofre uma emissão por interferências, ruídos atmosféricos e perturbações de propagação (“fading”). Além disso, somente deve-se indicar seu significado específico. O “N” indica exclusivamente ruídos atmosféricos; qualquer outro tipo de ruído (local, de ignição, de linha elétrica, etc.) não será tomado em conta para sua avaliação. O “P” deve indicar todo tipo de perturbação atmosférica na propagação das ondas, sendo por isso o “F” mais indicado para relatórios às emissoras, já que indica a freqüência do “fading”. O “fading” de interferência, ou seja, desvanecimentos e reforço do sinal por motivos locais, não deve ser relatado, por dever-se a causas estritamente da habitação, construção da antena receptora, relacionadas à conformação da topografia circundante, portanto sem interesse para a emissora.
Por outra parte, quando avaliamos cada uma dessas variáveis, recordamos que se deve atuar com lógica. Todas, e cada uma delas, com avaliação 1 (um), indicam a impossibilidade total de escuta. Recordemos: S = 1 é não audível; I = 1, interferência extrema; N = 1, ruído extremo; P = 1, perturbação extrema, e F = 1, “fading” muito rápido. Automaticamente, a nota 1 em qualquer do caso torna a recepção inútil.
Nunca avalie (se é que se ouve) SINPOs de 21221 ou 22121, nem ainda 21222 ou 22212. Nos primeiros casos, a escuta não é possível e, nos segundos, a avaliação SINPO é incorreta.
Recorde que, por questão de bom senso, o QRK (O = opinião geral) nunca pode ser maior que as variáveis intermediárias. É possível escutar, com qualidade geral regular, uma transmissão que está sendo interferida severamente? Ou é possível escutar bem uma emissão que chega ao seu receptor com ruídos moderados? Creio que não. O “O” não é uma variável isolada das demais, mas sim dependente delas. SINPO 42333, 53244 ou 23324 são habituais em muitas publicações mas, pensando um pouco, são possíveis??
Por tudo o que foi dito, façamos do uso do SINPO algo racional, que permita à emissora observar seriamente como chegam suas emissões ao seu receptor, e não só um requisito mais a cumprir automaticamente, para conseguir um cartão QSL.
Por: Daniel Muñoz Faccioli (DX Club del Uruguay)
Artigo publicado no boletim “Atividade DX” nº 59 – junho de 1989 .
PROJETO MEMÓRIA DO DXCB
Colaboradores:
- Antonio Geraldo Paim da Silva
- Carlos Felipe da Silva
- Dante Vanderlei Efrom
- Itamar Nunes de Assis
- Ivan Dias
- José Carlos Cruz
- Luciana Miura Sugawara Berka
- Márcio Roberto Bertoldi
- Mário Cesar Pinto Brignol
- Samuel Cássio Martins
- Valter Aguiar