Para o Topo

Ninguém é mais qualificado para escrever algo sobre como alcançar o topo do “rank” no DX-ismo de emissoras de Ondas Curtas do que Don Jensen. Ele tem tido um conhecimento próximo a esta posição por muito dos seus 35 anos que eu o tenho conhecido.

Desde que ele iniciou no DX-ismo em 1947 , ele tem ouvido e verificado cerca de 230 países nas faixas de radiodifusão em Ondas Curtas. Seus artigos, sobre tópicos de rádio e Ondas Curtas tem aparecido em várias revistas de rádios comerciais através dos anos. Hoje em dia, ele escreve regularmente uma coluna sobre Ondas Curtas para a “Hands on Electronics”, e possui uma posição de editor na “Radio Database International”.

Don foi o fundador e o primeiro secretário executivo da “Association of North American Radio Clubs (ANARC)”. Em 1969, ele fundou, e ainda continua a editar, o boletim semanal “Numero Uno SWBC”. Ele também, participa como conselheiro executivo da “North American Shortwave Association” e é o presidente permanente do Comitê da Lista de Países do NASWA.

Don e sua esposa, Arlene, têm três crianças. Eles são ambos jornalistas e trabalham para o “Kenosha News”, em Kenosha, Winsconsin.

Como eu posso me tornar um DX-ista de estações de Ondas Curtas de alto nível? Raramente esta questão é ouvida, mas ela sintetiza a intenção de diversas questões específicas atualmente feitas por ouvintes que progrediram além do embaraçante estágio de iniciante. E, ela é uma boa questão para começar este capítulo.

Infelizmente, não existe uma resposta mágica, não há forma definida para o sucesso. Mas uma palavra que aparecerá inesperadamente e repetitivamente é experiência.

Ouvir estações “difíceis de ouvir” é a essência e a substânciade sérios DX nas faixas de Ondas Curtas. E, apesar de quem isso possa parecer uma resposta não convincente, DX-istas experientes ouvem as estações “difíceis de ouvir” por que eles são experientes!

Ao contrário da crença popular, equipamento de última geração não é a solução. Sim, um bom receptor será uma grande ajuda. Isso tornará mais fáceis as captações sérias. Mas a palavra importante aqui é “mais fácil”. Um DX-ista experiente com um receptor medíocre ainda conseguirá, vencendo as dificuldades, ouvir a maioria dos verdadeiros DX. E, um novato com um receprtor sofisticado ainda estará perguntando como ele poderá ouvir aquelas estações raras. Não existe ninguém tão desapontado como o rapaz que, esperando milagres, ajunta dinheiro com dificuldade dinheiro suficiente para comprar um então chamado receptor “profissional”, somente para perceber que ele ainda não está caçando aquelas “estações difíceis”.

Experiência, aqui está aquela palavra novamente, é a resposta! Mas isso não significa apenas “tempo gasto” no hobby. Tempo é um fator, naturalmente, desde que o aprendizado leva tempo. Mas o esforço de aprender é crítico. Experiência é exatamente a aplicação prática do conhecimento.

Um DX-ista de alto nível? Bem, quando um DX-ista chega a esta posição? Se chegar significa alcançar o extremo da proficência, a respota é “Nunca”! Ninguém pode conhecer tudo o que é imaginável sobre o assunto, e ainda o mais experiente DX-ista nunca pode parar de tentar aprender mais. Definições individuais podem variar, é claro, mas para nossos objetivos, vamos assumir que quando um DX-ista é geralmente considerado por outros DX-istas como estando entre os “10 primeiros” ele é alcançado. Em outras palavras, você é um DX-ista de alto nível quando os outros o consideram como sendo um.

Ou, colocando de outra forma, se você ainda tem que perguntar, você não é. Não existe colocação de entrada mágica ao “círculo dos protegidos”, nem países ouvidos ou total de verificados que anuncie isso ao mundo. Isso é um assunto que envolve sua reputação em clubes DX como firme, de confiança, preciso e como sendo um ouvinte experimentado.

Isso é puramente uma opinião pessoal, é claro, mas isso parece para mim que um iniciante relativo no hobby, que sai em busca de aprender o que é um DX-ismo sério, poderia alcançar esta posição de status em um mínimo de cinco anos. Alguns, é claro, levarão mais tempo, e outros nunca alcançarão.

A informação de “colher de chá” está distante. É necessário trabalhar muito duro para aprender tanto quanto você possa. Entre outras coisas, isso significa uma grande quantidade de leitura para construir um reservatório mental de conhecimento que você necessita para ser um DX-ista real. Quando você se depara com um artigo semi-técnico ou técnico em um boletim ou revista de um clube DX, você não o lê ou pula sobre ele rapidamente por que é muito difícil de se compreender? Ou, você faz um sério esforço para compreender o assunto e então o utiliza como ponto de partida para estudos adicionais?

O rapaz que reclama aos editores que um artigo é muito difícil e muito tedioso, que ele não pode entender, e que chora tristemente, “Por que nós não temos mais artigos para iniciantes?”, é um que vagarosamente, ou talvez nunca progredirá do estágio de iniciante.

Tarefa difícil? Definitivamente sim! Um processo lento? Provavelmente. “Mas o DX-ismo é somente um hobby, um passatempo prazeiroso,” você diz. Sim e uma aproximação casual à rádio escuta é perfeitamente aceitável se é o que lhe é mais importante. Mas excepcionalmente, ainda como um hobby, pode ser prazeiroso.

Muitos rádio escutas não se importam em fazer seu hobby mais do que uma sintonia casual de alguns programas interessantes de outros continentes. Eu não ataco tudo o que se aproxima. Mas se você está sempre se perguntando a questão do início “Como eu posso me tornar um DX-ista de alto nível?”, você já indicou que seu interesse está mais na direção do DX-ismo do que da Rádio Escuta. E, se é um DX-ista sério que você deseja ser, você tem que trabalhar para conseguir!

CONCENTRAÇÃO

Ouvir raras estações DX depende de “condições”. Isso quer dizer pouco. Mas o que um DX-ista produz quando as “condições” estão favoráveis depende, em uma larga extensão, do estoque de informações e “know-how” que ele acumulou e pode aplicar a uma devida sitação. Um bom lugar para começar é olhar as faixas por elas próprias. Amaioria dos raros DX serão encontrados nas faixas de Ondas Curtas abaixo de cerca de 7 MHz, as faixasde 41, 49, 60, 90, e 120 metros, e mais as estações fora de faixa. Para começar, enfatize a faixa de 60 metros, a melhor faixa para DX.

Concentração! Concentre seu máximo esforço de ouvinte nos 60 metros. Mais tarde, você pode expandir a sua atenção de um modo mais similar, para outras faixas de DX. Horas! Gaste dezenas de horas, centenas de horas se você pode, aprendendo o que pode ser ouvido na faixa de 60 metros sob condições normais e sob condições anormais. Conheça o segmento de freqüências como a palmas de sua mão. Para captar estações raras, você tem que estar apto a rapidamente separar os sianis comuns dos sinais incomuns. Quando condições muito boas acontecem, você não pode desperdiçar tempo revisando log’s de estações previamente ouvidas quando você poderia estar recebendo novas capturas.

Você pode, em algum horário particular do dia, percorrer a faixa de 60 metros e, com um grau de certeza relativamente alto, identificar na tentativa, dentro de 15 segundos, cada um dos sinais mais fortes da faixa. Se você não consegue, você está operando sob dificuldades.

Em uma boa tarde de inverno aberta à África, você consegue identificar as estações facilmente como se você estivesse sintonizando? Lomé, Togo em 5047…, Garoua, Camarões em 5010…, Abdijan, Costa do Marfim em 4940…, Chad em 4904… Se você consegue fazer isso, os sinais incomuns estarão em destaque e tomarão a sua atenção, e você pode gastar seu tempo captando-os.

Concentração! Concentre-se em aprender tão quanto você pode sobre a propagação de Ondas Curtas, se não em um livro de aproximações teóricas, então na aproximação prática de “O que eu posso ouvir?”. Aprenda a reconhecer e tornar vantagem dos modos de recepção.

A maioria dos iniciantes sabem que você pode esperar baixa recepção em freqüências de Ondas Curtas ao meio dia local. É assumido que você saiba porque isso ocorre. Não existe magia negra no DX-ismo. A propagação de sinais DX dependem de fenômenos naturais. Quanto mais você conhece sobre como e porque sinais distantes de Ondas Curtas chegam até você, melhor voê estará apto a determinar quando sintonizar. Existe uma infinidade de material disponível para estudo, se você somente tomar o seu tempo e esforços para procurá-los.

Por muito tempo, os DX-istas negligenciaram esta área de estudo. Em anos recentes, no entanto, alguns tem tentado um estudo mais sitemático da propagação de sinais de DX fracos, em baixas freqüências, nas faixas de radiodifusão em Ondas Curtas. Mas teorias a parte, uma observação cuidadosa e a montagem de um histórico deverá dar a você um bom conhecimento de propagação prática.

Você sabe, por exemplo, a hora do dia, e a época do ano, quando suas chances de ouvir uma estação rara é ótima? Você conhece o caminho do Grande Círculo entre sua localidade de recepção e as estações DX que são os alvos? Você sabe, em alguma época particular do ano, quando caminhos do escuro existem para estas estações? Você sabe quando você pode esperar que as estações da América Latina em 60 metros começam a desaparecer e as estações Asiáticas começam a aparecer pela manhã?

Você sabe que as suas melhores chances de mouvir o serviço local da All India Radio pode ser entre a metade de Dezembro a metade de Janeiro, mas a recepção da Indonésia tem muitas aberturas sazonais de “janela”, e podem, de fato, ter um pico no Outono e outra vez no início da Primavera? Você sabe que as raras noites sem ruído no meio do verão podem trazer algumas excelentes captações de estações Africanas em 60 metros? Mantenha arquivos de excelentes aberturas de várias partes do mundo. Observe as condições que são diárias, sazonalmente e geograficamente.

As condições geográficas podem ser amplas ou muito seletivas. Quando você nota que as estações Peruanas estão chegando com força excepcional, não disperdice tempo com sintonias aleatórias. Vá em direção às estações Peruanas específicas que você ainda não ouviu. Raramente chegam sinais potentes de estações do Togo? Então cace por outras estações do Oeste Africano que você necessita.

Concentração! Concentre-se em certas estações. Uma das razões que ouvintes experientes dominam a audição das estações realmente raras é, porque tendo sintonizado tantas estações, eles podem concentrar esforços em alvos desejados que são relativamente poucos. Os menos experientes, necessitam de mais estações, normalmente fazem uma escuta atabalhoada.

Por exemplo, quando uma boa abertura de faixa ocorre para a Indonésia, os DX-istas menos experientes talvez gastem seu tempo fazendo um log da Radio Republik Indonesia, tal como RRI Ujung Padang em 4719 kHz. Ele “necessita” disso e fica contente de receber uma nova estação. Mas os veteranos, já tendo sintonizado e verificado a RRI Ujung Padang, concentram-se em tentar ouvir raras estações da Indonésia, digamos a estação governamental de informação da agricultura, Radio Khusus Informasi Pertanian em Surubaya, em 4699 kHz. Ujung Padang pode ser uma boa captura, um novo log para você. Mas você não ficaria mais feliz recebendo a estação RKIP? Isso requer disciplina própria para recusar uma captação garantida por uma com algumas chances, mas as chances são de que você ouvirá RRI Ujung Padang, e obterá um log reportável, do que ouvir uma novamente a RKIP!

A escolha, e naturalmente, você não optará sempre pela chance de ouvir uma estação ultra-rara do que os log’s garantidos, é dura para os ouvintes menos experientes. Isso significa arriscar a possibilidade de uma estação rara, para aquele dia no mínimo, passando por uma estação mediamente difícil já na mão. Os DX-istas veteranos, que já tem confirmada a estação mais fácil, não tem que pensar duas vezes antes de capturar realmente quando as excelentes aberturas acontecem. Uma palavra de precaução aqui! Não deixe o alvo mais alto, temporariamente recusando uma captura segura segura para uma arriscada, mascarar seu julgamento. Aplique os mesmos procedimentos padrões de identificação como sempre você faz. O fraco sinal no emaranhado pode ser a RKIP,… ou pode ser que não. O risco pode não ser compensador. Mas se fôr…

A decisão de quando jogar seguro e obter os log’s que você tem necessidade, e quando arriscar a possibilidade real de um log raro, é mais fácil se você tem uma lista de “procura”.

Raro é o DX-ista experiente que não possui sua própria lista das mais procuradas estações. Verifique o que os outros estão ouvindo, particularmente com os DX-istas que você considera como “profissionais”. Monte uma lista com cerca de dez estações que você realmente deseja capturar. Em qualquer situação aonde você estiver enfrentando a decisão de jogar seguro ou arriscado em uma captura rara, deixe sua lista de “procura” estabelecer a prioridade. Concentre-se naquelas estações aonde as condições de certas áreas do mundo são mais favoráveis. Se você não tiver sorte, então se dirija para os alvos secundários. Quando você elimina uma estação da lista, substitua por uma outra que você deseja ouvir muito.

Compile um “livro” de cada estação de sua lista de “procura”. Informações mínimas, é claro, será a freqüência e a hora quando a estação estará sendo recebida em sua área. Ajunte boletins DX e colunas para mais dados, tabelas, idiomas usados, etc. Existe alguma “janela” de tempo especialmente favorável? Talvez uma estação utilitária forte, que normalmente está na mesma freqüência esteja fora do ar aos Domingos. A sua estação alvo pode ser ouvida somente nas ocasiões em que uma estação potente das proximidades sai do ar? Que tipo de programação você esperaria encontrar? Música country ou “western”? Música pop americana antiga? Um noticiário francês? Resumindo, obtenha todo o tipo de informação que você possa. Isso ajudará se e quando você ouvir a estação.

Finalmente, sintonize sempre quando possível as sua estações mais procuradas. Tentando encontrá-las sete vezes por semana é melhor do que seis; seis vezes por semana é melhor do que quatro. Faça as chances trabalharem a seu favor. Permaneça na escuta quando as condições de recepção estiverem boas.

IDENTIFICAÇÃO

Você conseguiu as instruções e sintonizou um sinal de Ondas Curtas. Ele não é muito forte e você tem problemas com as interferências. Ele pode, ou não pode, ser uma estação de real DX, aquela que você está tentando sintonizar há muito tempo. Agora você tem que identificá-la.

Isso é aonde realmente fica complicado. Esse é o teste que separa os homens dos garotos, o lugar onde a experiência de DX realmente conta. Mas a primeira coisa a considerar, estranho como isso possa parecer, é a questão do que constitui uma identificação.

Identificar uma estação que você está ouvindo deveria ser uma coisa fácil, teoricamente. Ela é ou não é, vai ou não vai! Na prática, no entanto, a identificação das estações chegam em vários graus de certeza. Apesar de que este espectro de certeza é uma faixa constante do total de certeza sobre a identificação da estação até a completa incerteza, por conveniência, eu dividirei dentre quatro grupos.

Identificação Positiva

Neste caso você está 100% seguro da identificação da estação porque você ouviu a identificação anunciada. No entanto, existem outros modos de identificar a estação positivamente, é claro. Por exemplo, se você ouve um programa chamado “Moscow Mailbag”, você não necessita de uma identificação da estação para saber que você está sintonizado na Voz da Rússia.

Isso é simples quando você está lidando com estações de sinais fortes transmitindo em inglês. Mas nosso tópico aqui é o DX-ismo raro, e identificações daquelas figurinhas é mais duro porque os sinais são fracos, misturados com interferências e os programas são normalmente em outros idiomas e não o inglês.

Tentativa (ou provável) Identificação

Aqui você não está certo de identificar a estação que você sintonizou. Nenhuma identificação definitiva foi ouvida, ou se ouvida, não foi totalmente compreendida por causa do idioma ou dificuldades com as interferências. Mas existem diversas pistas na programação que perite que você acredite fortemente, a um nível de confiança de, talvez, 75%, que você está ouvindo a “estação X”.

Possível Identificação

Neste caso, outra vez, nenhum anúncio de identificação foi ouvido ou compreendido. Existem alguns fatores que lhe permite suspeitar que você está ouvindo a “estação X”, mas existem outros aspectos (que você pode conhecer sobre a programação) que poderiam ser aplicados a outras estações conhecidas operando naquela mesma freqüência ou nas proximidades naquele momento. É uma proposição de 50/50. Pode ser que seja a “estação X”, mas existe uma chance remota que possa ser uma outra estação. Seu grau de certeza na identificação não é alto.

Não Identificada

Aqui, você não tem idéia, dos anúncios e detalhes do programa, bam como da identificação, ou você tem um grau muito baixo de certeza da identificação.

Relatórios de recepção

Geralmente falando, um relatório de recepção para uma estação é sempre justificado quando uma estação é positivamente identificada. Um relatório nunca é justificado com uma estação não identificada, se você apenas imaginando sua identificação. Nos meios termos da certeza de uma identificação, ainda DX-istas experientes diferem de quando eles sentem que um relatório de recepção deveria ser enviado a uma estação. O seguinte relato representa o ponto de vista do autor: Se você acreditar fortemente, baseado em um número de fatores que eu cobrirei mais adiante neste capítulo, que você ouviu a “Rádio X”, e isso é acompanhado com alguns bons e convincentes detalhes de programação, um relatório pode ser enviado à estação na força de uma identificação tentativa. Mas o relatório deverá situar que você não identificou positivamente a estação, e deverá mencionar as razões que você acredita que ela é a estação reportada. E, você deverá pedir que o relatório seja verificado somente se o responsável da estação estiver convencido de que ele está correto.

Raramente você deverá reportar uma estação na força de uma possível identificação. Um relatório procurando por uma verificação é justificado somente quando você notou alguns fatores especiais que poderiam ser aplicados somente à estação em quetão.

Exemplo: Você pensa que sua estação poderia ser possivelmente a “Estação X”, e durante o curso de seu log, um problema de transmissor tira a estação do ar às 14:13 UTC. Isso é muito positivo pois a estação poderia determinar a precisão de seu relatório na força de um detalhe incomum.

A moral da regra apresentada na maioria dos casos é reportar somente àquelas estações que você sabe ou acredita fortemente que você sintonizou, a responsabilidade será sua, do DX-ista. Quando na dúvida, não conte com o departamento de QSL’s da estação para resolver estas dúvidas.

Idiomas

Se você não progrediu além de “Se isso não é inglês, eu não posso identificar”, você terá algumas lições de casa básicas à frente antes que esteja pronto para sérios DX. No mínimo, você deveria estar apto a distinguir entre os maiores idiomas: Espanhol, Português, Francês, Alemão, Árabe, etc… Você deveria estar apto a reconhecer os tons das línguas Asiáticas, tais como Chinês. Idiomas estrangeiros não deveriam parecer todos similares a você. Você não necessita ser um linguista, alguns DX-istas experientes o são, mas você deveria estar apto a reconhecer palavras. Se você não consegue, gaste alguns meses aprendendo como os idiomas soam. Existem artigos sobre o assunto em várias revistas, publicações do hobby, e livros. Procure por eles e estude. Um dos melhores meios de aprender é estudar as transmissões da Voz da América em idiomas estrangeiros.

Log’s Tentativos

Para aqueles de vocês que ainda estão conosco, isso seria óbvio neste momento que um DX-ista muito experiente, devido ao seu conhecimento acumulado, pode estar bem habilitado para positivamente identificar uma estação do que um DX-ista menos experiente que talvez não possa estar apto a identificá-las, ou melhor, considerarão um log tentativo.

Mas ainda o melhor dos “profissionais” frequentemente se depara na área da certeza da identificação. E, eu sugiro desde já, a alguém que talvez escolha enviar um relatório a uma estação na força de uma identificação tentativa. Uma tentativa, você deve se lembrar, é quando uma identificação positiva não é possível, mas um conjunto de fatores leva o DX-ista a acreditar fortemente que ele está ouvindo a estação certa.

Mas, uma palavra de atenção! Tentativas são delicadas e perigosas. A maioria das estações mal identificadas que aparecem nas listas dos boletins de clubes DX são resultado de informação ou experiência insuficiente por parte do DX-ista, não foi cauteloso, ou partiu para conclusões precipitadas devido a um desejo irracional. Um DX-ista, ansioso para ouvir uma estação rara, é facilmente tentado a concluir, “Bem, os outros estão ouvindo isso, logo deve ser a “Estação X” que eu estou ouvindo também”. Aceite tais conclusões com seus próprios perigos.

A medida de um DX-ista é a sua reputação, especialmente entre outros DX-istas mais experientes. Uma estação reportada quase sempre provoca uma caçada frenética por parte dos outros. Se você estava errado em sua identificação isso será descoberto rápido suficiente. Todos se enganam hoje e em outras vezes. Isso é embaraçante, mas não fatal para uma reputação. Seu erro pode não ser questionado na impressão, mas você pode estar certo que ele será notado pelos DX-istas mais experientes. Se você mais tarde encontrar seu erro, uma correção enviada ao editor da coluna ajudará a abrandar seu engano. Fazendo isso, não haverá algo que lhe desabone.

Fazer um erro ocasionalmente é humano, Errar regularmente faz com que você tenha uma má reputação. Por um bom tempo, você ficará marcado como não confiável, que é a pior de todas as possíveis situações no DX-ismo. Então, quão raro seja o log que você esteja apresentando, quão alto você está se colocando na tabela de pontuação, uma ponta de dúvida sempre deverá ser colocada a seus relatórios.

Identificações tentativas, retornando ao assunto, são o resultado de ajuntar um número de fatores separados que, em conjunto, lhe convence da provável identificação da estação. O número de parcelas que “servem” pode variar, mas quanto mais elas ajudam, mais seguro você pode estar. Poucos elementos “servem” e todos os que você adquire pode ser contado como uma “possibilidade”, ou talvez ainda quando “não identificado”. E, um DX-ista experiente leva vantagem desde que ele acumulou mais “know-how” e informações para testar os elementos que “servem”.

Os fatores? Freqüência, naturalmente. Horário? A sua recepção bate com a tabela de horários? Propagação? A recepção é possível, ou provável no horário em que você está ouvindo? A sua recepção bate com o idioma e a programação que se sabe que é usada? Você pode, por uma razão ou outra, eliminar da consideração outra estação conhecida que opera na mesma freqüência e no mesmo horário?

Outras dicas? Você não ouviu nenhuma referência do país, mas ouviu uma propaganda da Cerveza Carta Blanca em idioma espanhol. Em que país ou países da América Latina esta marca de cerveja é distribuída? Você pode identificar o hino nacional ouvido no horário de encerramento da estação?

O que uma música diz a você? Você pode distinguir uma música Mexicana de uma Brasileira? E entre o Perú e a República Dominicana? Para falar mais francamente, você pode dizer a diferença entre a música dos países vizinhos México e Guatemala, ou Equador e Perú? O que é música “hi-life”? “Gamelão”? O que é uma “cítara” e como ela soa?

Existem dezenas de dicas na programação que você ouve, fatores que podem lhe auxiliar a identificar a estação. Não existe um modo prático que possa ser ensinado, exceto pela experiência. Mas se você está alerto para as técnicas básicas você pode começar a guardar em sua mente aqueles fragmentos de informação que lhe ajudará na identificação de estações. Naturalmente, nenhuma destas dicas sozinha é suficiente para justificar uma identificação tentativa. Tendo algumas, no entanto, pode fazer uma grande diferença para uma identificação tentativa. Mas, outra vez, seja cuidadoso!

Verificação

As grandes emissoras internacionais de radiodifusão, aquelas que você sintonizou pela primeira vez quando você começou a ser um ouvinte de Ondas Curtas, conhecem mais do que um pouco sobre aqueles que a sintonizam. Eles sabem que os ouvintes gostam de colecionar cartões QSL. Eles desejam que nós a sintonizemos para que elas possam responder com o cartão QSL que nós pretendemos.

Estações DX raras, por sua natureza, não recebem muitos relatórios de países distantes. Eles normalmente não estão tentando alcançar a audiência da América do Norte. Seus funcionários muitas vezes não tem a menor idéia do que um correspondente deseja quendo lhe é solicitado uma verificação. Estas estações, resumindo, são muito difíceis de se verificar.

É assumido que você conheça as técnicas básicas de como escrever um relatório de recepção. Na carta à estação que você ouviu, você inclui os pontos necessários; a freqüência, o horário, data, programa e detalhes da recepção; e a solicitação para a verificação. Quando lidando com estações raras, é mais importante escrever no idioma da estação, a menos que você tenha razões para acreditar que alguém na estação conheça o inglês. Se você inclui selos novos do país para o qual você está escrevendo somente em raras ocasiões, planeje fazer isso regularmente quando você enviar relatórios às estações menos ouvidas. Não espere que eles paguem a postagem para a resposta pela qual você está ansioso em receber.

É importante fazer com que seu relatório caia nas mãos de alguém que se saiba que já respondeu para alguém. Mantenha registro da pessoas que confirmam os relatórios dos DX-istas. A maioria dos clubes DX apresentam estes dados em suas páginas.

Muitas vezes seu primeiro relatório não lhe trará uma resposta. Use periódicos “follow-ups”, ou novos relatórios aos que não lhe responderam. Isso pode levar 1 ano, 5 anos, ou 10 anos para adquirir uma verificação de alguma estação rara. Persistência é necessária.

Mas, o que mais além disso? Os sérios DX-istas experientes, que estejam interessados em QSL’s, desenvolvem técnicas de montagem de um informe de recepção para obter verificação das raras, das estações que muito raramente verificam um relatório de recepção. Freqüentemente, os DX-istas guardam os segredos dos métodos que eles desenvolveram com muito ciúmes. Estas pequenas técnicas são, até um certo nível, uma comodidade perecível. Sua utilidade pode decair com o uso, logo, compreensivelmente, DX-istas veteranos tendem a se manter calados sobre suas melhores aproximações. Eventualmente, você também desenvolverá suas próprias séries de técnicas de reportagem que lhe convém.

Em essência, ainda que a maioria das técnicas acumuladas é para tentar trazer uma atenção especial à sua carta, faça uma carta que interessará ao destinatário, e fazer com que ele tome uma atitude que não tomaria de outro modo, isso é, responder a sua carta. Alguém familiarizado com a área de propaganda reconhecerá que existem as mesmas regras básicas para promover um produto. Isso pode ser um tanto chocante, mas as mesmas formas de aproximação de um vendedor de sabão se aplicam na escrita de um relatório de recepção.

Em propaganda, isso é A-I-M-A. Atenção! Interesse! Motivação! Ação! Tome a atenção de alguém na estação. Faça a sua carta interessante. Motive o leitor a desejar responder a sua carta. E finalmente, espere que ele realmente responda com uma carta de verificação ou cartão.

Mas isso não precisa ser tão frio. Você provavelmente está realmente interessado em conhecer mais a respeito da estação, sua operação e pessoal, e sobre a comunidade em que ela está localizada.

Mostre esse interesse em seu relatório. Honestidade não deve ficar de fora. Pelo contrário, a franqueza é a mais efetiva técnica de vendas. Isso não significa que você deve se tornar um vendador de um “produto difícil de ser comprado”. A venda “soft” normalmente dá mais resultado do que alta pressão. Mas se você ainda necessita de um bom produto, o ponto central é o seu relatório de recpção. Quanto mais você conheça sobre o seu “mercado”, no entanto, você estará mais apto a traçar uma aproximação para a situação.

Estas técnicas especiais de reportagem terão que ser desenvolvidas por você mesmo. Sua própriapersonalidade, estilo e experiência guiarão se você estiver receptivo as idéias básicas. Se você está reticente, se você insiste em fazer relatórios de recepção de uma forma tradicional do jeito que sempre fez, se você toma a posição: “Se eles não gostam do tipo de relatório de recepção que eu os mando para o inferno”, e se você não estiver preparado para tentar, tente outra vez se seu primeiro relatório, ou seus primeiros dez relatórios, falharam em trazer uma resposta da estação, senão você perderá a oportunidade de conseguir excelentes QSL’s.

Eu seria complacente, neste ponto, se eu não comentasse que alguns DX-istas veteranos não se importam com QSL’s. Eles dizem que um QSL não é sempre uma forma positiva de uma recepção; que algumas estações confirmam sem checar corretamente a veracidade dos informes de recepção. Eles estão corretos, é claro.

Mas, para mim, a questão da verificação de estações raras que eu ouço é prazeirosa. Eu sinto que um relatório verificado por QSL é melhor do que um relatório sem verificação. Isso nos força a sermos mais cautelosos na identificação de uma estação, como se nós tentássemos coletar detalhes de programação suficientes para justificar um relatório para uma estação. Adicionalmente, existe um suspense em receber aquela resposta rara do Bengalistão ou qualquer outro lugar.

Somando as coisas, a chave para um DX-ismo de sucesso é o “know-how” e o conhecimento adquirido através de experiências e esforço para aprender tão quanto você possa sobre o hobby e sobre as estações que você sintoniza ou deseja sintonizar.

Se este capítulo pareceu a você pobre em dicas de “como fazer isso” e muito longo em generalidades isso é porque não existe um curso simples de DX-ismo. Não é assim que isso funciona.

Qualquer artigo pode mostrar a você a direção certa. Se este artigo fez isso… e você o absorveu bem… então você está, sinceramente, no caminho do topo!

Este material foi publicado no original em inglês do livro “SHORT WAVE RADIO LISTENING WITH THE EXPERTS” (de autoria de Garry Dexter), páginas 501 a 510. Tradução feita por Marcelo Toniolo dos Anjos (Agosto/1994).

Por: Donald N. Jensen

(Este artigo foi conteúdo de uma reportagem do programa DX Party Line da emissora HCJB em Dezembro de 2000)

Donald N. Jensen

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