Lição 1 – O Sol e a propagação em ondas curtas
O Sol é uma estrela, a mais próxima que podemos ver e de suprema importância para a manutenção da vida na Terra. É o corpo central de nosso sistema solar que possui, em ordem crescente de distâncias ao Sol, os seguintes planetas: Mercúrio, Vênus, Terra, Marte, Júpiter, Saturno, Urano e Netuno. Além de luz e calor, o Sol nos fornece diversas formas de energia. O diâmetro do globo solar é de aproximadamente 1,4 milhão de quilômetros, isto é, mais de 100 vezes o diâmetro do planeta Terra. A distância média entre Terra e Sol é aproximadamente 150 milhões de quilômetros.
Por ser uma estrela, o Sol está no estado de plasma e emite continuamente radiação eletromagnética. Sua temperatura superficial é de 6000 Kelvin (escala Kelvin = escala Celsius + 273). Essa radiação é emitida em todas as direções à velocidade de 300.000 km/s. Mesmo com esta enorme distância, a luz solar leva 8 minutos e meio para chegar à Terra. A Terra gira em torno de seu próprio eixo em 24 horas e nesta rotação há o lado iluminado, que recebe luz solar direta; e o lado oposto, que não recebe radiação solar.
Assim como a Terra, o Sol também gira ao redor de seu próprio eixo, mas numa velocidade menor: 27 dias para uma aparente volta completa. Isto é importante porque podemos esperar que fenômenos persistentes na superfície solar tenham seus efeitos repetidos a cada 27 dias. Por esta rotação e seu estado de plasma, o Sol também é um ímã gigantesco com um potente campo magnético externo e intensas correntes de plasma sob sua superfície.
Às vezes, estas correntes, emergem à superfície e, localmente, elas se esfriam, parecendo para nós como manchas escuras, que receberam o nome de manchas solares. O tamanho destas manchas varia, podendo ser muito pequenas, da ordem de dezenas de quilômetros, a até 160.000 km; ou seja, mais de 10 vezes o tamanho da Terra. Estas dimensões, nos dão uma ideia da gigantesca quantidade de energia que é liberada pelo Sol na forma de ondas eletromagnética e também, na forma de partículas.
As manchas solares são observadas desde o século XVII, porém foi o astrônomo suíço Rudolf Wolf (1816-1893) quem organizou os dados das observações realizadas anteriormente e descobriu uma periodicidade de 11 anos de suas atividades, isto é, o número das manchas e seus tamanhos variam de um mínimo a um máximo e voltam a um mínimo neste intervalo de tempo. Este é o denominado ciclo das manchas solares.
Durante os períodos de alta atividade, são observadas na superfície do Sol, pequenas manchas em grupo, grandes manchas isoladas ou a combinação de ambas. Ocorrem também erupções de plasma nas regiões das manchas, denominadas ejeção de massa coronal, que podem acontecer até três por dia em períodos de alta atividade solar e de uma a cada 5 dias nos períodos de baixa atividade.
Este fluxo de radiação eletromagnética e partículas emitidas pelo Sol constitui o vento solar. Veremos mais adiante que a intensidade do vento solar influi nas comunicações de ondas curtas na Terra.
Wolf classificou as manchas solares e introduziu uma quantificação das mesmas denominada número relativo de Wolf (R). Nos meses de julho de 1976, junho e setembro de 1986 e em setembro e outubro de 1996, o valor médio de R chegou a zero. De janeiro de 1956 a dezembro de 2005, os valores máximos de R verificados foram:
R = 278,2 (dez/1957)
R = 228,6 (jul/1991)
R = 224,2 (ago/1981)
Estes valores foram obtidos do seguinte artigo:
Penereiro, J.C. et alli. O número de manchas solares: índice de atividade do sol medido nos últimos 50 anos.
Interessante, não é? Continue aprendendo mais na segunda parte do curso!
Muito interessante esse curso. Estou iniciando em radioescuta, então estou muito interessado em adquirir todo o conhecimento que o curso transmite. Obrigado.
SERVE como bloco de orientação técnica e até didáctica nos conhecimento do radio escuta.
Mim deu uma grande guinada para meus conhecimentos…sou um neófito em radio escuta , prendendo aprimorar minha técnica nas operações do radio escuta.Fico muito FRATERNO.