Palestra no Congresso da Abert sobre interferências no rádio
Problemas aparentemente corriqueiros para quem está escutando rádio no carro ou na sala de casa ganham proporções gigantescas para os empresários da radiodifusão.
São os “Ruídos e Interferências nas Faixas”, tema abordado na tarde desta quinta-feira, 21, por Flávio Archangelo, doutor em Comunicação e assessor do Grupo Labre, que mostrou por meio de vídeos como um elevador, uma cerca elétrica, um semáforo ou até um avião podem interferir na transmissão das emissoras rádios. Archangelo falou aos participantes do Seminário Técnico da Abert, que integra o 26º Congresso da entidade.
O motivo, segundo Archangelo, é de fácil entendimento. Os brasileiros começam a adquirir bens duráveis com mais facilidade, o que é positivo. Mas isso vira um problema quando esses produtos não são dimensionados de acordo com as regras de compatibilidade eletromagnéticas.
Mestre em Ciências da Comunicação com pesquisas nas áreas de radiodifusão digital e radiodifusão internacional, Archangelo afirmou que até pequenos eletrodomésticos já têm potencial para se tornarem grandes fontes de interferência nas faixas de radiodifusão sonora e com isso ameaçarem a transmissão, impedindo que os ouvintes recebam o conteúdo das rádios. “Há dois tipos de ruídos eletromagnéticos, o de origem natural – raios e interferência solar – e o de origem artificial, considerados a mais importante fonte de interferência, especialmente nas grandes cidades”, explicou.
O painelista afirmou que quando esses sinais degradam a transmissão de sistemas de radiodifusão devidamente licenciados afirma-se que ocorre uma interferência prejudicial provocada por incompatibilidade eletromagnética.
Na categoria iluminação, encontram-se casos de interferência provocados por lâmpadas fluorescentes, que trabalham com reatores, e lâmpadas de LED, estas encontradas inclusive em semáforos. Archangelo destaca que a iluminação e a rede elétrica públicas têm alto potencial de interferência, inclusive em transmissões VHF, indicando que não são apenas as frequências baixas que estão em risco.
Diante dessa situação, Archangelo orientou que a denúncia de casos de interferência a órgãos como a Anatel ou à Abert são fundamentais. O especialista lembrou que para quem está ouvindo o rádio e se depara com uma interferência que lhe impede de acessar a informação, a culpa acaba recaindo sobre a emissora e não sobre os agentes causadores. “Denunciem, porque na maioria dos casos o resultado é positivo”, sugeriu.
Fonte: Site do Congresso Abert, via Flávio Archangelo
O esquema da palestra ministrada pelo Flávio pode ser consultado clicando aqui.